Primeira crise convulsiva: o que os pais precisam saber
- Dra Renata Mendonça
- 28 de ago.
- 2 min de leitura
Ver uma criança ter uma convulsão pela primeira vez é uma das experiências mais assustadoras para qualquer família. É natural sentir medo e insegurança. Mas é importante saber que a primeira crise convulsiva não significa automaticamente que a criança tem epilepsia.
O que é uma crise convulsiva?
A crise convulsiva acontece quando há uma descarga elétrica anormal no cérebro. Ela pode se manifestar de diferentes formas:
movimentos involuntários do corpo (como rigidez ou abalos)
olhar parado ou perda momentânea da consciência
alterações de sensibilidade ou comportamento.
Nem toda crise envolve queda no chão e tremores intensos — há vários tipos de crises.
Por que pode acontecer uma primeira crise?
Uma convulsão pode ser provocada por situações passageiras, como febre (em crianças com predisposição), infecções, alterações metabólicas (glicose baixa no sangue, falta de sódio, etc.), traumas cranianos, etc. Quando a crise ocorre sem um fator desencadeante identificado, chamamos de crise não provocada, e isso exige investigação cuidadosa.
O que fazer durante a crise?
Mantenha a calma e coloque a criança de lado, em local seguro.
Não introduza nada na boca — não há risco da criança “engolir a língua”.
Afaste objetos que possam machucar.
Se a crise durar mais de 5 minutos, chame o SAMU (192).
Após a crise, a criança pode ficar sonolenta ou confusa por alguns minutos: isso é esperado.

Como é a avaliação após a primeira crise?
O médico vai investigar possíveis causas e avaliar o risco de recorrência. Isso inclui:
história clínica e exame neurológico detalhados;
exames de sangue para descartar alterações metabólicas;
eletroencefalograma (EEG), que registra a atividade elétrica cerebral;
Tomografia de crânio em alguns casos, ressonância magnética do cérebro.
Sempre será preciso começar remédio?
Nem sempre. Se a convulsão foi causada por febre ou outro fator transitório, muitas vezes não há necessidade de tratamento contínuo.
Quando a crise é não provocada, a decisão de iniciar um medicamento depende de vários fatores: resultado do EEG, exames de imagem e risco de novas crises. O tratamento é sempre individualizado.
Quando suspeitar de epilepsia?
A epilepsia é diagnosticada quando a criança tem duas ou mais crises não provocadas ou quando há um risco muito alto de recorrência já após a primeira crise.
A primeira crise convulsiva é um sinal de alerta que merece avaliação médica cuidadosa, mas não significa automaticamente epilepsia. O acompanhamento com neuropediatra é fundamental para definir se há necessidade de tratamento e orientar os próximos passos.
Se seu filho apresentou uma crise, procure atendimento médico para uma investigação completa. Quanto mais cedo o diagnóstico correto é feito, melhor o cuidado e a tranquilidade da família.




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